E a cada dia ampliava-se na boca aquele gosto de morangos mofando, verde doentio guardado no fundo escuro de alguma gaveta.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O vento frio corta meu rosto. Aqui sentada, observo as pessoas, como uma espectadora solitária.
Algumas viram o olhar em minha direção, mas muitas passam sem nem me notar, pré-ocupadas com seus afazeres, seus problemas, suas vidas.
Vidas que passam sem nem ao menos perceberem. Como uma vida pode se tornar tão insignificante? Como muitas pessoas já nascem póstumas?
Sinto em cada parte de mim que 100 anos são muito, muito pouco para tudo o que eu quero, para todos os meus planos.
Força maior, não há alguma possibilidade de vivermos um milhão de vidas?