Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito. Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias. E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino. Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne. Quis beijar-te num vago carinho agradecido.
Mas quando meu lábios tocaram teus lábios eu compreendi que a morte já estava no teu corpo e que era preciso fugir para não perder o único instante em que foste realmente a ausência de sofrimento em que realmente foste a serenidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário